O tal do Flanger.
Em dezembro de 1967, foi lançado o EP Magical Mystery Tour, um compacto repleto de psicodelia, muito mais "viajado" que seu antecessor, o aclamado Sargeant Peppers Lonely Hearts Club Band. Umas das faixas psicodélicas do EP é de composição de George Harrison: Blue Jay Way. Apesar de muito de especular sobre a letra da canção, ela é bem simples. George tinha ido a Califórnia visitar o ex-assessor de impressa dos Beatles, chegando lá se ospedou em uma casa alugada na rua Blue Jay Way. Derek Taylor, o ex-assessor, deveria visitá-lo, mas se perdeu no caminho e atrasou bastante. Durante o tempo de espera, Harrison compôs a canção falando sobre isso num órgão Hammond que havia na casa. Apesar dos simbolismos serem algo comum nas músicas psicodélicas, nessa não havia nada disso.
Mas e a física?
A fim de buscar mais alternativas sonoras, o quarteto de Liverpool, junto a seu produtor e os engenheiros da EMI tentavam várias inovações, uma delas foi o Flanger. A ideia era alterar a velocidade de reprodução de um rolo de fita e com isso conseguir uma sonoridade diferente, mas sem alterar a essência da música. Com isso, eles ficavam colocando o dedo no reprodutor do rolo de gravação a fim de diminuir sua velocidade de rotação, como consequência ouvimos um som mais grave e mais "rasgado" que o habitual. O grave ocorre, pois ao diminuirem a velocidade de rotação do rolo (não é a velocidade de propagação da onda), diminuem sua frequência e aumentam seu comprimento de onda, tornando o som mais grave. O efeito fica claro na linha vocal. Conseguiu perceber?
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